Infelizmente eu não pude acompanhar as bandas Marrones, Black Days e Doravantes, portanto só falarei sobre as outras atrações do festival.
Sendo uma mescla de Rap e Rock, a Stanka se apresentou para o grande público (apesar de ainda ter uma longa fila do lado de fora do local) por volta das 14h30, com músicas do EP intitulado Soul Power, existente tanto na versão estúdio, quanto na versão ao vivo.
Tendo como destaque as letras de cunho social, também foi relembrado o fato que ocorreu em Agosto passado, quando aconteceu uma chacina em Osasco, que levou a morte de 19 pessoas da periferia.
Se muitas pessoas dentro do rock tem preconceito com outros estilos, como rap e hip-hop, a Stanka mostra com maestria que é possível unir as duas forças, mesclando suas roupas, estilo das letras e batidas, com riffs precisos e baixos bem marcantes.
Apresentando músicas além do EP já lançado, o show teve o seguinte setlist:
Babilônia
Sangue azul
Assim eu Sigo
Quanto Custa
Linha 10 (participação Fabio Hataka)
Foto: Adriano Revoltus |
Eu, sinceramente, nem sabia que o principal hit da banda Pollo tinha participação dele, muito menos que tantas pessoas o conheciam e cantariam suas letras de ponta a ponta, durante um show composto praticamente por todos os singles dos seus três primeiros discos (último deles lançado ano passado).
Foto: Adriano Revoltus |
Foto: Adriano Revoltus |
Momentos depois do show do NX Zero terminar, a chuva começava para se tornar um verdadeiro dilúvio durante as aproximadas 2h do show que fez parte do Osasco Rock Fest II. Quem pensa que a chuva fez o público ir embora ou ser reduzido, se engana totalmente. mesmo com a longa espera debaixo da chuva e sem show, enquanto arrumavam o palco, a galera vestia a capa de chuva, guarda chuva, ou simplesmente tomava a chuva torrencial que tomou conta de São Paulo no último Domingo.
Foto: Adriano Revoltus |
Dando espaço também para versões, Capital, que conta nessa turnê com o violão de Thiago Castanho (Charlie Brown Jr.) faz uma homenagem para Chorão e Champignon, que seja lá onde estiverem, continuam tendo seus sons tocados em todo lugar e, foi assim Domingo, com Só Os Loucos Sabem, que sempre vai me fazer chorar, principalmente em versões que contam com eternos membros da banda santista.
Música normalmente dedicada para algum escândalo político específico, Dinho disse que poderíamos pensar em algum político que viesse na nossa mente e cantar Que País É Esse? para eles, já que todos são farinhas do mesmo saco e é muito difícil escolher somente um. Tempo Perdido foi a outra música da Legião Urbana tocada pelo Capital Inicial no show.
Foto: Adriano Revoltus |
Composta como crítica a polícia, em meio a ditadura, Veraneio Vascaína foi censurada e fez o disco de estreia do Capital Inicial ter uma etiqueta indicando ser para maiores de 18 anos.
"Veraneio vascaína" é uma referência à viatura mais comum à polícia da época, a Chevrolet Veraneio, pintada nas cores branca, preta, cinza e vermelho, por acaso as mesmas do brasão do clube Vasco da Gama, e com seu número de série nas laterais.
O utilitário da GM ficou estigmatizado pelo período autoritário vivido no Brasil após o golpe de 1964. A Veraneio era o veículo preferido pela polícia e pelos órgãos de repressão.
Foto: Net Rocker |
Na tentativa de acabar com a chuva, Dinho propôs a "canção da chuva", que foi uma forma de ampliar a duração da música, que já encaminhava para o fim.
Quis o destino que o show fosse todo debaixo de chuva e, ela desse uma amenizada quando fosse tocado o último acorde do show que lotou a Concha Acústica, com um público de aproximadamente 20 mil pessoas.