Debaixo de sol e chuva, Stanka, Ivo Mozart, NX Zero e Capital Inicial se apresentaram em Osasco


Neste último Domingo (28) as bandas Ivo Mozart, NX Zero, Capital Inicial, as "pratas da casa" Doravantes, Del Jaiz, Stanka, Black Days, além da Marrones (Ramones Cover) se apresentaram na segunda edição do Osasco Rock Fest, que também fez parte do primeiro Mix Ao Vivo de 2016.
Infelizmente eu não pude acompanhar as bandas Marrones, Black Days e Doravantes, portanto só falarei sobre as outras atrações do festival.

Sendo uma mescla de Rap e Rock, a Stanka se apresentou para o grande público (apesar de ainda ter uma longa fila do lado de fora do local) por volta das 14h30, com músicas do EP intitulado Soul Power, existente tanto na versão estúdio, quanto na versão ao vivo.



O vocalista Xirum já mostrava sua presença ao saudar a galera perguntando de onde eles eram, falando nomes de bairros e cidades ao redor de Osasco.

Tendo como destaque as letras de cunho social, também foi relembrado o fato que ocorreu em Agosto passado, quando aconteceu uma chacina em Osasco, que levou a morte de 19 pessoas da periferia.

Se muitas pessoas dentro do rock tem preconceito com outros estilos, como rap e hip-hop, a Stanka mostra com maestria que é possível unir as duas forças, mesclando suas roupas, estilo das letras e batidas, com riffs precisos e baixos bem marcantes.

Apresentando músicas além do EP já lançado, o show teve o seguinte setlist:


Babilônia
Sangue azul
Assim eu Sigo
Quanto Custa
Linha 10 (participação Fabio Hataka)


Seguindo com o festival, o próximo a subir no palco foi Ivo Mozart, que ficou famoso pela música Vagalumes (feita em parceria com o grupo Pollo) e levou a galera a loucura, principalmente as meninas.

Eu, sinceramente, nem sabia que o principal hit da banda Pollo tinha participação dele, muito menos que tantas pessoas o conheciam e cantariam suas letras de ponta a ponta, durante um show composto praticamente por todos os singles dos seus três primeiros discos (último deles lançado ano passado).



Com um público maior ainda, as arquibancadas da Concha Acústica lotaram de vez quando NX Zero, para muitos, banda mais importante da noite subiu nos palcos e trouxe nostalgia para nós,com seus hits de 5/10 anos atrás, como Razões e Emoções, Cedo Ou Tarde, Maré, Só Rezo (música que parecia ter mais empolgado a letra, principalmente por talvez ser o hit mais rockeiro da banda e. também a responsável por encerrar o show).


Foto: Adriano Revoltus
Além de passar pelos maiores sucessos da banda, ela mostra que ainda tem seus fãs assíduos, mesmo após 15 anos de estrada, e eram acompanhados pelo público até mesmo quando mostravam  novos trabalhos, como Mandela, Pedra Murano e Meu Bem.


Numa das últimas músicas, ainda teve a participação de Karol Conka, com o hit Tombei, em parceria com o NX Zero.



Atração principal da noite, Capital Inicial subiu ao palco por voltas das 18h20, já surpreendendo quem esperava um show regado a guitarras elétricas e músicas que remetiam as versões de estúdio. Com um telão exibindo New York, o show que rolou faz parte da turnê acústica da banda, que divulgar o DVD "Acústico em NYC", gravado 6 de Junho de 2015.

Momentos depois do show do NX Zero terminar, a chuva começava para se tornar um verdadeiro dilúvio durante as aproximadas 2h do show que fez parte do Osasco Rock Fest II. Quem pensa que a chuva fez o público ir embora ou ser reduzido, se engana totalmente. mesmo com a longa espera debaixo da chuva e sem show, enquanto arrumavam o palco, a galera vestia a capa de chuva, guarda chuva, ou simplesmente tomava a chuva torrencial que tomou conta de São Paulo no último Domingo.


Foto: Adriano Revoltus
Passando por músicas do novo DVD e músicas acústicas que não contam no DVD/CD, o show começou com Ressurreição e ainda teve músicas como A Mina, Olhos Vermelhos (tocada na versão nova, que se tornou o single mais recente da banda), Respirar Você, Independência (onde é possível ver a chuva torrencial) e Melhor do Que Ontem era cantado em coro pelo público presente e levava a loucura, algo que ocorria também em músicas como Vai e Vem, Veraneio Vascaína e À Sua Maneira.

Dando espaço também para versões, Capital, que conta nessa turnê com o violão de Thiago Castanho (Charlie Brown Jr.) faz uma homenagem para Chorão e Champignon, que seja lá onde estiverem, continuam tendo seus sons tocados em todo lugar e, foi assim Domingo, com Só Os Loucos Sabem, que sempre vai me fazer chorar, principalmente em versões que contam com eternos membros da banda santista.
Música normalmente dedicada para algum escândalo político específico, Dinho disse que poderíamos pensar em algum político que viesse na nossa mente e cantar Que País É Esse? para eles, já que todos são farinhas do mesmo saco e é muito difícil escolher somente um. Tempo Perdido foi a outra música da Legião Urbana tocada pelo Capital Inicial no show.


Foto: Adriano Revoltus
Da banda "pai" de Capital e Legião, Fátima e Veraneio Vascaína, músicas compostas por Renato Russo quando ele fazia parte do Aborto Elétrico (junto com Fê Lemos (fundador do Capital Inicial), também foram tocadas no show. Essas duas músicas ficaram para o Capital, enquanto Que País É Esse? ficou para a Legião Urbana e foi lançada somente nove anos depois.

Composta como crítica a polícia, em meio a ditadura, Veraneio Vascaína foi censurada e fez o disco de estreia do Capital Inicial ter uma etiqueta indicando ser para maiores de 18 anos.
"Veraneio vascaína" é uma referência à viatura mais comum à polícia da época, a Chevrolet Veraneio, pintada nas cores branca, preta, cinza e vermelho, por acaso as mesmas do brasão do clube Vasco da Gama, e com seu número de série nas laterais.
O utilitário da GM ficou estigmatizado pelo período autoritário vivido no Brasil após o golpe de 1964. A Veraneio era o veículo preferido pela polícia
 e pelos órgãos de repressão.



Foto: Net Rocker
Do Capital Inicial, ainda teve no show Natasha, À Sua Maneira e, de forma poética, Primeiros Erros era entoada por Dinho e pelo público, debaixo de uma imensa chuva que não desanimava a galera.
Na tentativa de acabar com a chuva, Dinho propôs a "canção da chuva", que foi uma forma de ampliar a duração da música, que já encaminhava para o fim.

Quis o destino que o show fosse todo debaixo de chuva e, ela desse uma amenizada quando fosse tocado o último acorde do show que lotou a Concha Acústica, com um público de aproximadamente 20 mil pessoas.

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