Conheça 5 discos nacionais lançados em 2015

2014 foi o ano dá volta e diversos grandes artistas (como Raimundos, Cachorro Grande, Detonautas e Pitty) de volta aos estúdios e com tantos discos bons, que era difícil citar apenas 5 discos.
Já 2015 foi o ano de lançamentos de bandas relativamente novas na cena Brasileira.

A lista dos 5 discos deste ano, em ordem de lançamento, vocês acompanham abaixo:


Fevereiro começou com a lançamento de Jair Naves, o líder e vocalista da Ludovic, que voltou com a banda neste ano, também voltou a carreira solo com Trovões A Me Atingir.O disco sustenta versatilidade dos arranjos e versos íntimos do Pop-Rock, tratando de uma obra marcada pela entrega e exposição intensa do artista, que cresce bem mais nas apresentações ao vivo, durante a carreira solo ou pelo Ludovic, como pode se ler em nossa resenha do show no SUPERLOFT.

Se nesse trabalho ele está bem mais denso e angustiante do que em E Você Se Sente numa Cela Escura..., ele também está com riffs e melodias cada vez mais impecáveis do que no primeiro trabalho solo.

Ouça Trovões A Me Atingir abaixo:



 
Em Abril a banda Cidadão Instigado lançou seu quarto disco de inéditas e o primeiro desde 2009. Primeira banda nordestina da lista, o disco leva o nome da cidade natal deles, Fortaleza.

Assim como a segunda da lista, a Cidadão se mostra mais maduro com o longo do tempo e também mais psicodélico.

Começando com uma faixa que se destaca baixo e bateria, o som a seguir mescla um início digno de Derek and the Dominoes e muda totalmente o estilo que riffs de guitarra e instrumental do rock progressivo, mas com o vocal regional de Fortaleza e também poderia ser dito como um cordel,  contando também com uma balada que tem um tratamento de voz riquíssimo em Os Viajantes, conta com um regionalismo árido na faixa Perto de Mim, a pegada country no começo de Land Of Light,a eletrônica em Green Gard e o instrumental digno de um jogo 8 bits em Quando A Máscara Cai.

Arranjos bem feitos, cuidado na narrativa e transformações atmosféricas entre cada música, o disco traz refrões progressivos e acordes elétricos, unidos a sonoridade de um trovão cancioneiro.


Arrisco dizer que, dessa lista, esse é o melhor disco. Quer tirar a dúvida? Ouça abaixo:





Emicida é o responsável pelo único disco "não rock" dessa lista de 5 discos para se ouvir neste ano, com Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa o rapper nunca pareceu tão sóbrio e esperançoso quanto no segundo disco de estúdio.

Single do disco, a pesada Boa Esperança (que é uma amarga análise sobre a situação dos negros no Brasil e estreita a relação entre o período de escravidão e o presente cenário nacional) pode ser considerada um resumo do seu trabalho, que ultrapassa os limites da periferia de São Paulo para dialogar com os mais variados grupos. Mulheres, homossexuais, trabalhadores, dependentes químicos e, principalmente, os negros.



Baiana (feita em parceria com Caetano Veloso), Passarinhos e Amoras são algumas das que mostram o lado romântico e puro do rapper.
A primeira abre
passagem para o canto e o tradicional jogo de palavras típicos de Caetano; A segunda traz Vanessa da  Mata e uma leveza de música alegre e dançante, que faz as rimas de forma suave e ainda traz também elementos do reggae; A terceira tem o trecho Entre amoras e a pequenina eu digo: As pretinhas são o melhor que há”, escrito para sua filha.

Tema principal, a África sobrevive a cada faixa do disco, em
versos, povos, cantos, lamentos e contestações da primeira a última rima.





Selva Mundo é o primeiro disco independente da Vivendo do Ócio, banda baiana que lançou seu dois primeiros discos pela Deckdisc e chegou ao seu terceiro disco com a liberdade e maturidade para fazerem o que quisesse o como quisesse.
Feito com a ajuda de fãs, via Kickante, o disco traz um som mais encorpado, maduro e que ganhou mais peso, sem perder a identidade da banda.

Outra prova que a banda está mais madura é terem entendido que são melhores ainda quando bem acompanhados, fazendo músicas com Thadeu Meneghini (Vespas Mandarinas), Lirinha e até Pepeu Gomes.
O disco conta com a sonoridade mais original e as letras mais profundas do que nos trabalhos anteriores, efeito da possibilidade de fazer o que quiser e como quer.

Vivendo do Ócio não é “só” rock brasileiro porque faz rock no Brasil, mas porque fala de Brasil para muitos, com a propriedade de poucos.
Quem ajudou no financiamento coletivo ganhou um presente e tanto, já a Vivendo do Ócio é a prova que que o rock anda muito bem, obrigado!!

Confira esse grande trabalho, abaixo:






Dois anos depois do primeiro disco lançado, Boogarins voltou aos estúdios com o lançamento do disco Manual ou Guia Livre de Dissolução dos Sonhos, lançado em Outubro.

Recebendo atenção do New York Times, o disco (assim como o primeiro) tem influência de bandas como Os Mutantes e Tame Impala e teve parte da gravação feita no Brasil e parte na Espanha.

O disco é uma coleção de vozes delicadas e arranjos do rock psicodélico, com cada faixa disco mostrando o dom deles em variar a própria essência musical. Começa com o instrumental de piano e guitarra em Truques (praticamente uma versão instrumental e reduzida de Tempo), autorizando a explosão das guitarras e bateria em Avalanche, o baixo recebe seu merecido destaque na faixa 6000 dias (Ou Mantra dos 20 anos) e todos instrumentos tem seu destaque mesclado, unido a voz delicada que marca o disco, na faixa Mário de Andrade/Selvagem.

Neste segundo disco, é nítido que o grupo se concentra na produção de um trabalho de composição leve e todos os elementos parecem agrupados com extrema delicadeza, atraindo o ouvinte para um momento de relax.



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