O show foi um verdadeiro festival, contando com a participação de 11 bandas, divididas em dois palcos (montados lado a lado), não havia um grande intervalo entre os shows, já que enquanto uma banda tocava em um palco, o outro era desmontado/montado para a próxima atração.
Se tinha uma estrutura invejável por conta da ideia referente aos dois palcos, a organização deixou a desejar no quesito imprensa, por apenas dois fatores: Fotógrafos não poderem (inicialmente) ter acesso a pista vip (até então destinada para funcionários da rádio, convidados e bandas), além de não se ter uma sala de imprensa, para os mesmos fotógrafos guardarem seus equipamentos ou descansarem um pouco em um evento que teve 11h de duração, debaixo de muito sol e também muita chuva. Outro ponto negativo (esse falado pelo público) também foi o quesito organização.
Por volta das 12h30 começava o show da banda Nem Liminha Ouviu, que formada pelo radialista Tatola, além de outros nomes da rádio, se dedicam em tocar versões de bandas dos anos 80 (principalmente), conhecidas, que caíram no esquecimento ou que não são conhecidas para a grande massa.
Enquanto estava tendo show da NLO, o palco ao lado estava sendo montado para a próxima atração, com o palco estando pronto ao finalizar o show da NLO, Tatola anunciou a próxima banda: Vespas Mandarinas.
Tocando apenas músicas autorais, o show foi aberto com A Prova (música feita em parceria com Arnaldo Antunes, saiba mais aqui), seguindo Que Esse Dia Seja Meu (que deve estar presente no próximo disco, que já começou a ser gravado no estúdio da Deckdisc, RJ) e O Vicio e o Verso (este sendo o último single do primeiro disco lançado pela banda).
Voltando para o EP Sasha Grey, foi escolhido para ser tocada a faixa-titulo, além de Antes Que Conte Até Dez.
As outras músicas apresentadas foram Distraídos Venceremos, O Heroi Devolvido (que conta com um início mais alegre, desde a entrada de Nevilton para a banda), Santa Sampa, Cobra de Vidro (com Thadeu dizendo que a banda é bem paulistana e gosta de tocar perto de locais como a Marginal Tiete, onde se localiza a Arena Anhembi), Não Sei O Que Fazer Comigo (mais uma das músicas que mudaram seu início, após a entrada de Nevilton) e a última música foi Um Homem Sem Qualidades (com Thadeu deixando o palco, pela frente mesmo, para entrar na Pista Vip e ir no grade da pista comum, junto com a galera, algo recorrente dentro dos shows das Vespas Mandarinas).
Formada por integrantes da Bula e Tihuana, a Urbana Legion subia ao palco 1 para fazer uma versão reduzida do show, que normalmente tem aproximadamente 2h.
André Dea, das Vespas Mandarinas, também assistiu Paralamas |
Embalando o público com o ritmo contagiante do Ska, o show teve um repertório que passou pelos quase 40 anos de banda, em um "pocket show" com 15 músicas.
Iniciando logo depois dos Paralamas, Scalene foi a segunda banda a se apresentar no palco 2 da Arena Anhembi.
Com tantas histórias quanto a rádio aniversariante, a próxima banda tem 33 anos de estrada e está em turnê com o disco Nheengatu, lançado ano passado.
Nesse momento até a pista vip estava com uma quantidade alta de público, que acompanhava em coro (assim como a pista comum) as letras de músicas como De Lugar Nenhum, Aa Uu, A Melhor Banda de Todos Os Tempos..., Sonífera Ilha (essas duas em um ritmo mais dançante, animando aquela galera que conhece apenas os grandes hits da banda) e quem ainda não tinha ouvido, passava a conhecer elas e músicas do novo disco.
Com hits de ponta a ponta, o show ainda teve Pela Paz, Cabeça Dinossauro, Televisão, Polícia, Vossa Excelência e Desordem.
Falando em retomar as raízes, a banda abriu o show com Puteiro em João Pessoa, fazendo com que o público não ficasse parado desde a primeira música, sendo o show que mais levantou a galera. Isso continuou em Be a Bá e Nêga Jurema.
Sendo o show mais longo até então, o setlist teve quase o mesmo tamanho de um show solo da banda e teve (além das já citadas) as seguintes músicas: Pão da Minha Prima, Mulher de Fases (essa numa versão "mais Raimundos" do que a lançada originalmente), A Mais Pedida, Reggae do Maneiro, Esporrei na Manivela, Palhas do Coqueiro (e a maior roda mosh do dia), I Saw You..., Me Lambe, 20 e Poucos Anos, Deixa eu Falar e Eu Quero Ver O Oco (com um trio no vocal, contando com Badauí e Supla).
Esperada por grande parte do público, Pitty é mais das atrações com voltaram com discos inéditos no ano de 2014. Mostrando grande evolução instrumental e de composições, Setevidas marca uma Pitty mais madura em relação ao discos feitos em anos anteriores e é com a faixa-título que o show começa (após um vídeo onde ela fala sobre toda a mística em torno do número 7) ainda apostando nas faixas-título, foram tocadas em sequência os hits Anacrônico (deste disco, foram tocadas ao decorrer do show as músicas como Memórias e na Sua Estante) e Admirável Chip Novo (deste último ainda foram apresentadas Teto de Vidro, Equalize e Máscara, e Pitty comandou as guitarras da faixa-título). Me Adora foi a única música tocada que não é de nenhum desses três discos.
O público acompanhava as letras de Pitty, filmava/fotografava o que era possível com suas celulares e câmeras (apesar dos efeitos de luz dificultarem a qualidade da foto) e, claro, também "se derretiam" com toda a beleza da cantora baiana.
Além do show ser iniciado com Setevidas, Boca Aberta foi tocada na metade do show, que foi finalizado com Serpente. Essas duas músicas integram o último trabalho solo de Pitty.
A chuva, que foi apenas passageira durante uma das duas músicas das Vespas Mandarinas e Pitty, não resistiu e se tornou um verdadeiro temporal no decorrer do CPM 22, que começou com Regina Let's Go.
O show seguiu com O Mundo dá Voltas, Dias Atrás, Recomeçar e mostrou que seria composto de um verdadeiro "Greatest Hits" da banda que completou recentemente 20 anos de estrada.
Em Não Sei Viver Sem Ter Você a chuva começou a cair no público e fez com que diminuísse um pouco a plateia da pista Vip, que se dirigiu ao local coberto que tinham acesso, mas nada que afetava o entusiasmo da galera da pista comum, que pagou o ingressos e estava vivendo em tom de nostalgia, com grandes sucessos compostos anos atrás.
Além de músicas como 1 Minuto Para o Fim do Mundo, Irreversível, Apostas e Certezas e Inevitável, também foram tocadas músicas menos conhecidas para quem não acompanha fortemente a banda, como Vamos Vencer (que teve o coro, no fim da música, entoado pelo público numa foram acapella), Entre O Céu E O Inferno, Não Vá Embora, Three Little Birds, Ontem, Light Blue Night e depois de 16 músicas, encerrou com Se Foi.
Último show da noite foi de uma banda que praticamente nasceu junto com a rádio rock, além de ser a última banda confirmada dentro do festival. Anunciada pela Luka (locutora da 89 e DJ de diversas vezes) como uma das maiores bandas do Brasil e do mundo (palavras dela mesma), Capital Inicial subia ao palco da chuvosa Arena Anhembi, com uma mescla entre músicas do primeiro disco, sucessos da banda, músicas lado B e versões acústicas do disco lançado neste mês.
Na primeira fala de Dinho com o público, ele já agradecia pela quantidade de pessoas presentes (mesmo com chuva) no show e parabenizava a rádio, que quando a banda começou, foi a primeira a tocar faixas de um disco que iniciou foi banido e vendido em caixas com o lacre "+18", por conta da letra da música Veraneio Vascaína.
Num início tradicional da banda, o show começou com as músicas Respirar Você, Quatro Vezes Você e Independência. Músicas como Melhor do Que Ontem, Fátima, Natasha, A Sua Maneira eram entoadas por quem conhecia a carreira da banda ou apenas os grandes sucessos.
Também dando espaço para versões, o show contou com a participação de Thiago Castanho, tocando violão em músicas Vai e Vem, algumas outras do trabalho mais recente do Capital Inicial, além de uma versão de Só os Loucos Sabem, homenageando Chorão e Champignon, que apesar de não estar presente entre nós e ser a banda que mais sentimos falta neste dia, teve a presença de Marcão, Lena, além dessa bela versão que contou com a participação de Thiago Castanho e fez arrancar lágrimas de fãs presentes na plateia.
Resumindo toda a indignação dos artistas presentes no palco e do público com relação ao cenário político brasileiro, Capital foi a responsável por cantar e tocar Que País É Esse pela terceira vez do dia, lembrando que ela é um dos trabalhos feitos quando Renato ainda fazia participava do Aborto Elétrico, banda que virou mais pra frente outras duas: Legião Urbana e Capital Inicial, que nos anos 2000 renovou o seu público, lançado um novo trabalho, emocionou e encantou pessoas todas as gerações, fechando a festa da Rádio Rock com chave de ouro.
** Trecho escrito por Jéssica Bertoni
Fotos: Elio Sant'Anna (Todas as 496 fotos aqui)