Com direção de Edgard Scandurra (Ira), os músicos Karina Buhr, a banda Pequeno Cidadão, Taciana Barros, Curumin, Guizado, Laura Wrona, Vespas Mandarinas, Arnaldo Antunes, Bárbara Eugênia, Os Irmãos Busic, Celi, Naná Rizinni e outros artistas tocaram em troca de sacos de lixo, retirado do parque pelo próprio público.
Abrindo o show com o hit Não Sei O Que Fazer Comigo, versão da banda uruguaia Quarteto De Nós, essa é provavelmente a música que fez muitos dos fãs atuais (entre eles, eu) a conhecer mais e pesquisar sobre a Vespas.
A apresentação seguiu com Um Homem Sem Qualidades, que fez o vocalista Thadeu fazer o público tirar a bunda do chão e transformar a apresentação em um típico show de rock 'n roll. Após ela, a banda chamou Edgard Scandurra para tocar junto com eles, a finalizou o show com Núcleo Base, música da banda Ira (integrada pelo próprio Edgard).
Mesmo que a área seja das construtoras, a mata verde dentro e o portão de entrada (do antigo Colégio Desoiseaux, demolido) são tombados.
Segundo Sérgio (Aliados do Parque Augusta), algumas leis impedem que o parque seja fechado ao público, portanto o que a Setin e a Cyrela estão fazendo é ilegal. O DUP (Decreto de Utilidade Pública), por exemplo, criado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab e com vigência até 2017, transforma a área comprada pelas construtoras em utilidade pública municipal.
Embora o prefeito Haddad tenha sancionado em 2013 a lei que cria o parque, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente informou logo depois que não teria recursos disponíveis para desapropriar a área que pertence às construtoras Setin e Cyrela. A área é avaliada por cerca de R$ 70 milhões.
As construtoras continuam a defender a construção das torres, alegando que a área verde será preservada e que irão liberar 60% da área para a população.
A briga contra o concreto
O terreno em questão abrigou, entre 1907 e 1969, um tradicional colégio interno feminino chamado Des Oiseaux. Na imponente construção, demolida em 1974, estudaram personalidades como a ex-primeira dama do Brasil, Ruth Cardoso (1930 - 2008), e a senadora Marta Suplicy (PT-SP). Além da planta, de inspiração art nouveau, o colégio era rodeado de um grande bosque.
Em 2003, a área foi adquirida pela Sociedade Armando Conde Investimentos, de propriedade do empresário Armando Conde, mas o bosque permaneceu aberto ao público. Um ano depois, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), tombou o local.
Em 2006, houve a tentativa de se construir um supermercado no terreno, mas a associação de moradores do bairro fez um abaixo-assinado e conseguiu barrar o projeto. Naquele ano surgia então o movimento Aliados do Parque Augusta. Desde então, o movimento vem colhendo algumas vitórias, como a aprovação na Câmara dos Vereadores de São Paulo de um projeto de lei que autoriza a criação do Parque Augusta.Segundo Sérgio (Aliados do Parque Augusta), algumas leis impedem que o parque seja fechado ao público, portanto o que a Setin e a Cyrela estão fazendo é ilegal. O DUP (Decreto de Utilidade Pública), por exemplo, criado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab e com vigência até 2017, transforma a área comprada pelas construtoras em utilidade pública municipal.
"Além disso, há diversas imposições nas escrituras de compra e venda do terreno que garantem acesso ao público à área verde", comenta Sérgio.
"Criar o parque significa qualidade de vida, contribui para amenizar o clima seco da região, diminui a poluição que já mata seis vezes mais que a Aids e embeleza a paisagem", acredita o ativista.
Para fazer uma comparação, ele cita o projeto do Hotel Ca'd'oro, que está sendo construído em um terreno em frente ao parque. "São duas asfixiantes e gigantescas torres. Você consegue vislumbrar um lugar ensolarado e arejado com duas ou três torres parecidas na área do parque?", diz. "Sem falar no grave impacto ambiental irreversível, destruindo árvores centenárias e espantando os pássaros que lá frequentam."