“Early Days” é um dos pontos altos do mais recente disco de Paul McCartney, New, mas o clipe – que pode ser assistido com exclusividade pelo player da Rolling Stone EUA abaixo – talvez nunca tivesse sido realizado se ficasse nas mãos do ex-beatle. “Quando eu tenho uma música, não penso em um vídeo”, disse ele. “Tenho certeza de que algumas pessoas pensam, mas eu não. Apenas penso na música, escrevendo e gravando.”
No início deste ano, contudo, o diretor Vincent Haycock enviou um vídeo de teste para “Early Days” que ganhou a atenção de Macca. “É uma música que traz muitas lembranças para mim. É sobre eu e John, nos nossos primeiros dias”, disse McCartney. “Mas Vince veio com essa ideia ótima: em vez de trazer jovens que se parecessem comigo e com John andando pelas ruas de Liverpool, com os violões nas costas e atuando literalmente como na música, por que não colocar dois aspirantes a músicos desconhecidos? Eu achei uma ideia ótima.”
Haycock passou um mês em busca de locações nas cidades Natchez (no estado norte-americano do Mississippi) e Faraday (na Louisiana), e de atores locais para interpretar a história principal do vídeo, que se passa na América do Sul na década de 1950. Ele também viajou para Los Angeles para gravar sessões entre McCartney e outros convidados especiais. “Liguei para Johnny Depp”, disse o ex-beatle. “Eu disse: ‘Venha para cá, vamos sentar juntos e fazer uma jam com esses caras do blues’. Ele disse: ‘Claro, pode contar comigo, cara’. Eu sabia que seria uma oferta que ele não recusaria.”
Foto: MJ Kim/MPL |
“Early Days” marca o terceiro vídeo de McCartney ao lado de Depp, desde “My Valentine”, de 2012, e “Queenie Eye”, lançado no ano seguinte. “Ele é quase como um Alfred Hitchcock dos meus vídeos. E ele é ótimo! Ele era músico antes de se tornar ator, sabia? Um dos antigos companheiros de banda dele acabou me ajudando a encontrar a guitarra que eu usei para gravar ‘Cut Me Some Slack’, com Dave Grohl, e com a qual eu ganhei o Grammy. Então, sabia que ele conseguiria tocar.”
As funções de músico e ator, conforme diz McCartney, estão conectadas. “São coisas similares, na verdade. Ringo conhecia Peter Sellers muito bem e Peter queria ser baterista – esta era a ambição mais secreta dele. Você encontra vários caras que tocam e são atores. Há mais deles do que você consegue imaginar. Bruce Willis é um deles, por exemplo. E há pessoas que fazem as duas coisas, como Jared Leto.”
As funções de músico e ator, conforme diz McCartney, estão conectadas. “São coisas similares, na verdade. Ringo conhecia Peter Sellers muito bem e Peter queria ser baterista – esta era a ambição mais secreta dele. Você encontra vários caras que tocam e são atores. Há mais deles do que você consegue imaginar. Bruce Willis é um deles, por exemplo. E há pessoas que fazem as duas coisas, como Jared Leto.”
Quanto a ele, o antigo integrante dos Beatles não tem interesse em atuar. “Não, acho que não é para mim”, diz ele. “Eu fico muito constrangido diante de uma câmera. Longe dela, eu posso imitar, fazer isso ou aquilo e eu penso: ‘Eu poderia ser um ator ótimo’. Então quando eles ligam a câmera e dizem ‘ação!’, eu gaguejo. Simplesmente não consigo fazer isso naturalmente.”
“Mas quer saber?”, diz ele, ao fim de uma gargalhada. “Eu tenho mais o que fazer.”
Fonte: Rolling Stone