"Mark Ronson me manteve dançando até 3 da manhã"
Sir. Paul está de volta com um álbum produzido pelos homens por trás de Amy Winehouse, Adele e Kings Of Leon. Ele conta a Andy Welch por quê".
Mark Ronson, Paul Epworth e Ethan Johns. Nomes que talvez você, respectivamente, associe com trompetes, Adele e a volta às raízes da música americana. Não são nomes que você ouve e automaticamente associa a Paul McCartney. Apesar disso, eles são – junto com Giles ‘filho de George’ Martin – os co-produtores do futuro álbum de Macca. ‘New’ será lançado em 14 de outubro e será o primeiro álbum de McCartney com novo material desde ‘Memory Almost Full’, lançado há seis anos. O aborrecido ‘Kisses On The Bottom’, lançado ano passado, era um doce álbum de clássicos. “Não há motivo para a lacuna entre os álbuns”, explica McCartney pelo telefone, de New York. “Eu nunca planejo essas coisas; eu só não tinha muitas músicas novas, de repente eu tinha. Eu não posso me sentar sobre essas coisas, então eu comecei a pensar em gravá-las”.
O trabalho de Epworth no ‘21’ de Adele lhe rendeu o trabalho – Macca dá ao álbum dois “joinhas”. Com Johns é porque McCartney ama os três discos do Kings Of Leon que ele produziu (“eles soam ótimo, sabe o que eu quero dizer?”), enquanto foi mais do que laços familiares que trouxeram Martin à mesa. Os dois formaram um vínculo enquanto trabalhavam em ‘The Beatles: Rockband’ e na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Londres. “Ele tem muito do talento do pai, mas é senhor de si próprio, o que eu gosto”, diz McCartney.
Finalmente, Ronson, que produz duas músicas no álbum – ‘New’ e ‘Alligator’ – veio por razões totalmente diferentes. “Ele foi o DJ no meu casamento com Nancy, em 2011”, diz McCartney. “Eu amei as músicas que ele estava tocando, então eu sabia que ele tinha bom gosto e nós estávamos todos de pé dançando até as três da manhã. Talvez tenha sido a bebida, mas eu acho que era a música. E claro, o que ele fez com Amy (Winehouse) foi sensacional”. Um encontro subsequente em um banheiro de um restaurante em New York selou o acordo. “Isso soa pervertido, não soa? Nós nos esbarramos e dissemos ‘oi, nós devíamos trabalhar juntos’. Então eu liguei a ele para perguntá-lo devidamente e ele disse sim”. A faixa produzida por Ronson e que dá nome ao álbum, cheia da jovialidade que é a assinatura de McCartney, o estilo Vaudeville e que faz lembrar ‘Penny Lane’, foi a princípio composta no velho piano de seu pai – um piano acidentalmente comprado por Sr. McCartney do pai do futuro empresário dos Beatles, Brian Epstein. “Eu escrevi a música, mas o arranjo foi uma colaboração”, ele diz. “Mark trouxe seus pedaços. Eu nunca tenho certeza como essas coisas vão acabar, mas ele adicionou os metais e a tornou um pouco mais R&B. Ao trabalhar com Mark, ele só quer achar algo excitante na música, assim como eu, e ele é bom em mudar de ideia se nada está acontecendo”.
Empregar alguns dos produtores mais requisitados do mundo poderia ser visto como uma jogada cínica; o apelo vampiresco de um velho rockstar para se manter relevante sugando o sangue de outros nomes famosos. Por outro lado, se o compositor de maior sucesso no mundo não pode ter os melhores produtores para trabalhar com ele, quem pode?. “Eu não tenho um produtor fixo a quem eu vá sempre”, diz McCartney, completando que a idéia original era gravar uma música com cada produtor como uma audição, o ‘vencedor’ sendo o produtor do disco todo. Ele mudou de ideia após perceber que ele gostava das diferentes abordagens para gravar. “Havia uma razão para trabalhar com cada um desses caras. A idade deles, bem, é bom trabalhar com pessoas mais jovens, mas eu realmente não penso nisso. A idade se vai uma vez que você está no estúdio. Eu não acho que as pessoas se sentam com Leonard Cohen e se comportam de modo diferente com ele por isso e é a mesma coisa comigo. Eu estou mais interessado em tocar do que pensar nisso”.
McCartney não conhecia Epworth antes que ele o abordasse dois anos atrás, contudo o primeiro encontro deles no estúdio do produtor, no sul de Londres, rendeu a faixa que abre o disco, ‘Save Us’: quatro minutos de McCartney soando como os Strokes, acredite ou não. “Nós tivemos uma conversa sobre o que eu queria fazer durante uma xícara de chá, então ele se levantou, dizendo que tinha uma ideia”, diz McCartney. “O seu método de trabalho é improvisar e ver o que cola. É um processo que eu gosto – muito solto”.
Gravar o álbum levou cinco meses espalhados num período de 18 meses nos quais McCartney continuou a turnê. Houve sessões em cada um dos estúdios dos produtores, no chão batido dos Beatles, Abbey Road e no estúdio de McCartney, Hog Hill Mill, em Sussex. A mixagem, feita por Mark ‘Spike’ Stent – “meu garoto” como McCartney o chama – foi feita em LA. O toque de Stent, apesar do estilo distinto dos quatro produtores, amarra o álbum como um todo, deixando McCartney soando mais revigorado do que ele fez em anos. Talvez ele tenha folheado o livro de David Bowie. Ao lançar ‘The Next Day’ em um mundo sem suspeitas do jeito que ele fez mais cedo nesse ano, Bowie levantou os padrões para músicos com uma certa idade?. “As pessoas estão sempre se perguntando o que ele está fazendo”, diz McCartney. “Você ouve que David está em New York, não fazendo muito, então há matérias no jornal sobre preocupações com a saúde e que talvez ele possa não fazer mais nada de novo. E então ele sai com essa... E realmente é um bom álbum, com tamanho frescor e sim, é inspirador. Mas, devo adicionar, quando ele o lançou, eu estava gravando há um ano, então não foi um fator. Eu só estou num humor muito positivo”.
Compreensivelmente, McCartney, cuja primeira banda vendeu mais que dois bilhões de álbums, tem o hábito de assustar os colaboradores com sua reputação. Ele mesmo diz que há o risco de que novos produtores o tratem com muita reverência. “Eu estou muito consciente disso”, ele diz. “Uma das primeiras conversas que eu tive com eles foi ‘não seja muito respeitoso’”. Há também uma tendência nos produtores de se prender ao que McCartney faz melhor, retendo suas ideias mais aventureiras. Mas ele não tem tempo para isso também. “Olhe para os Beatles”, ele diz. “Nós sempre fazíamos loucuras e estragávamos tudo. Não há regras”.
Sir. Paul está de volta com um álbum produzido pelos homens por trás de Amy Winehouse, Adele e Kings Of Leon. Ele conta a Andy Welch por quê".
Mark Ronson, Paul Epworth e Ethan Johns. Nomes que talvez você, respectivamente, associe com trompetes, Adele e a volta às raízes da música americana. Não são nomes que você ouve e automaticamente associa a Paul McCartney. Apesar disso, eles são – junto com Giles ‘filho de George’ Martin – os co-produtores do futuro álbum de Macca. ‘New’ será lançado em 14 de outubro e será o primeiro álbum de McCartney com novo material desde ‘Memory Almost Full’, lançado há seis anos. O aborrecido ‘Kisses On The Bottom’, lançado ano passado, era um doce álbum de clássicos. “Não há motivo para a lacuna entre os álbuns”, explica McCartney pelo telefone, de New York. “Eu nunca planejo essas coisas; eu só não tinha muitas músicas novas, de repente eu tinha. Eu não posso me sentar sobre essas coisas, então eu comecei a pensar em gravá-las”.
O trabalho de Epworth no ‘21’ de Adele lhe rendeu o trabalho – Macca dá ao álbum dois “joinhas”. Com Johns é porque McCartney ama os três discos do Kings Of Leon que ele produziu (“eles soam ótimo, sabe o que eu quero dizer?”), enquanto foi mais do que laços familiares que trouxeram Martin à mesa. Os dois formaram um vínculo enquanto trabalhavam em ‘The Beatles: Rockband’ e na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Londres. “Ele tem muito do talento do pai, mas é senhor de si próprio, o que eu gosto”, diz McCartney.
Finalmente, Ronson, que produz duas músicas no álbum – ‘New’ e ‘Alligator’ – veio por razões totalmente diferentes. “Ele foi o DJ no meu casamento com Nancy, em 2011”, diz McCartney. “Eu amei as músicas que ele estava tocando, então eu sabia que ele tinha bom gosto e nós estávamos todos de pé dançando até as três da manhã. Talvez tenha sido a bebida, mas eu acho que era a música. E claro, o que ele fez com Amy (Winehouse) foi sensacional”. Um encontro subsequente em um banheiro de um restaurante em New York selou o acordo. “Isso soa pervertido, não soa? Nós nos esbarramos e dissemos ‘oi, nós devíamos trabalhar juntos’. Então eu liguei a ele para perguntá-lo devidamente e ele disse sim”. A faixa produzida por Ronson e que dá nome ao álbum, cheia da jovialidade que é a assinatura de McCartney, o estilo Vaudeville e que faz lembrar ‘Penny Lane’, foi a princípio composta no velho piano de seu pai – um piano acidentalmente comprado por Sr. McCartney do pai do futuro empresário dos Beatles, Brian Epstein. “Eu escrevi a música, mas o arranjo foi uma colaboração”, ele diz. “Mark trouxe seus pedaços. Eu nunca tenho certeza como essas coisas vão acabar, mas ele adicionou os metais e a tornou um pouco mais R&B. Ao trabalhar com Mark, ele só quer achar algo excitante na música, assim como eu, e ele é bom em mudar de ideia se nada está acontecendo”.
Empregar alguns dos produtores mais requisitados do mundo poderia ser visto como uma jogada cínica; o apelo vampiresco de um velho rockstar para se manter relevante sugando o sangue de outros nomes famosos. Por outro lado, se o compositor de maior sucesso no mundo não pode ter os melhores produtores para trabalhar com ele, quem pode?. “Eu não tenho um produtor fixo a quem eu vá sempre”, diz McCartney, completando que a idéia original era gravar uma música com cada produtor como uma audição, o ‘vencedor’ sendo o produtor do disco todo. Ele mudou de ideia após perceber que ele gostava das diferentes abordagens para gravar. “Havia uma razão para trabalhar com cada um desses caras. A idade deles, bem, é bom trabalhar com pessoas mais jovens, mas eu realmente não penso nisso. A idade se vai uma vez que você está no estúdio. Eu não acho que as pessoas se sentam com Leonard Cohen e se comportam de modo diferente com ele por isso e é a mesma coisa comigo. Eu estou mais interessado em tocar do que pensar nisso”.
McCartney não conhecia Epworth antes que ele o abordasse dois anos atrás, contudo o primeiro encontro deles no estúdio do produtor, no sul de Londres, rendeu a faixa que abre o disco, ‘Save Us’: quatro minutos de McCartney soando como os Strokes, acredite ou não. “Nós tivemos uma conversa sobre o que eu queria fazer durante uma xícara de chá, então ele se levantou, dizendo que tinha uma ideia”, diz McCartney. “O seu método de trabalho é improvisar e ver o que cola. É um processo que eu gosto – muito solto”.
Gravar o álbum levou cinco meses espalhados num período de 18 meses nos quais McCartney continuou a turnê. Houve sessões em cada um dos estúdios dos produtores, no chão batido dos Beatles, Abbey Road e no estúdio de McCartney, Hog Hill Mill, em Sussex. A mixagem, feita por Mark ‘Spike’ Stent – “meu garoto” como McCartney o chama – foi feita em LA. O toque de Stent, apesar do estilo distinto dos quatro produtores, amarra o álbum como um todo, deixando McCartney soando mais revigorado do que ele fez em anos. Talvez ele tenha folheado o livro de David Bowie. Ao lançar ‘The Next Day’ em um mundo sem suspeitas do jeito que ele fez mais cedo nesse ano, Bowie levantou os padrões para músicos com uma certa idade?. “As pessoas estão sempre se perguntando o que ele está fazendo”, diz McCartney. “Você ouve que David está em New York, não fazendo muito, então há matérias no jornal sobre preocupações com a saúde e que talvez ele possa não fazer mais nada de novo. E então ele sai com essa... E realmente é um bom álbum, com tamanho frescor e sim, é inspirador. Mas, devo adicionar, quando ele o lançou, eu estava gravando há um ano, então não foi um fator. Eu só estou num humor muito positivo”.
Compreensivelmente, McCartney, cuja primeira banda vendeu mais que dois bilhões de álbums, tem o hábito de assustar os colaboradores com sua reputação. Ele mesmo diz que há o risco de que novos produtores o tratem com muita reverência. “Eu estou muito consciente disso”, ele diz. “Uma das primeiras conversas que eu tive com eles foi ‘não seja muito respeitoso’”. Há também uma tendência nos produtores de se prender ao que McCartney faz melhor, retendo suas ideias mais aventureiras. Mas ele não tem tempo para isso também. “Olhe para os Beatles”, ele diz. “Nós sempre fazíamos loucuras e estragávamos tudo. Não há regras”.
O que os produtores de ‘New’ disseram sobre Paul McCartney:
Mark Ronson
“Ele escreve músicas muito boas. Eu fiquei intimidado. Mas ele foi muito compreensivo. Ele te dá muita margem para manobrar, mas você precisa entregar os pedidos”.
Paul Epworth
“Esse (futuro álbum ‘New’) pode ser uma afirmação definitiva para Paul, especialmente se considerando onde ele está em sua carreira”.
Giles Martin
“Paul e eu trabalhamos juntos em Abbey Road. Eu não diria que foi uma tradição de família, mas foi muito especial”.
Ethan Johns
“Eu não acho que ele tenha dito ‘não’ alguma vez pra algo que eu tenha sugerido, o que é a marca de quem ele é como artista, realmente. Ele está sempre disposto a tentar algo novo”.
Fonte: Paul McCartney Updates e With the FAB 4