Massagista que atendeu Paul em BH temeu não agradá-lo

'Paul era o famoso, mas ele foi tão gentil que senti que naquele momento a estrela fui eu' - Regina Beatriz de Faria
"Paul era o famoso, mas ele foi tão gentil que senti que naquele momento a estrela fui eu" - Regina Beatriz de Faria
Os 26 anos de experiência pareceram nada diante do nervosismo da massagista Regina Beatriz de Faria, de 47 anos, ao descobrir que seria a responsável por atender o cliente mais ilustre hospedado no Hotel Ouro Minas na sexta-feira passada. Enquanto subia os 25 andares do edifício até a Suíte Presidencial Real, onde o beatle Paul McCartney se preparava para a grande abertura, no Mineirão, em Belo Horizonte, de sua turnê mundial, Regina tentava se concentrar no trabalho que suas mãos deveriam fazer. A ansiedade tinha uma razão específica: Paul havia solicitado uma técnica específica, conhecida como “deep tissue”, à qual já está acostumado, mas a profissional não a conhecia. “Deu um frio na barriga, porque uso uma mistura de vários métodos e tinha receio de que ele pudesse não gostar”, conta. Depois da primeira sessão, o alívio. As mãos da massagista conquistaram o músico, e Paul quis repetir a experiência no dia seguinte.

“Foi emocionante. Ele poderia ter me dispensado por não saber fazer o que ele queria. Mas foi supersimpático e demonstrou ter gostado do meu atendimento”, diz Regina. O serviço fazia parte do pacote fechado pela equipe do artista e a primeira chamada de Paul foi às 13h15 de sexta-feira. A sessão durou uma hora e 20 minutos, e o beatle permaneceu deitado em uma maca colocada no quarto da suíte, enquanto sua mulher, Nancy Shevell, recebia o mesmo tratamento em outra parte do apartamento de 300 metros quadrados. Acostumada a tratar músculos afetados pela tensão provocada por uma rotina estressante, Regina se surpreendeu ao massagear o corpo de Paul McCartney e percebê-lo totalmente relaxado. “Não detectei nada enquanto aplicava a técnica. Ele parecia muito tranquilo.”

O método especial que conquistou Paul não tem um nome específico. É um mix que resulta em uma massagem profunda e relaxante criada pela própria profissional. Segundo ela, o tratamento começa pelo pescoço, passa pelas costas e vai até os pés, com fricções que variam de intensidade. “Ele já está acostumado a ser massageado e pediu-me movimentos mais pesados em alguns momentos”, relata. Para proporcionar melhores sensações, ela contou com o auxílio de cremes e óleos à base de amêndoas. Mas o segredo, ela garante, está no toque.

Ao ser chamada no sábado para repetir o atendimento, a massagista teve ainda uma agradável recepção. Ao entrar no quarto e cumprimentar o músico, ela foi surpreendida com uma saudação em português. “Ele olhou para mim e disse: ‘Bom dia, Regina’. Para mim, aquilo foi o máximo.” Na saída, nova demonstração de carinho ao se esforçar para pronunciar um “muito obrigado”. “A maioria das pessoas não se preocupa em saber nosso nome. Vejo essa atenção dele em falar nosso idioma como uma qualidade dele”, considera.

EXPERIÊNCIA

Moradora do Conjunto Habitacional Cristina A, em Santa Luzia, na Grande BH, Regina se tornou massagista quando tinha pouco mais de 20 anos. Antes de se especializar, ela trabalhava como manicure em um salão de beleza e atendia clientes em busca de massagens, esporadicamente. Os elogios recebidos fizeram com que ela procurasse cursos para aperfeiçoar o trabalho. “Comecei a pesquisar e, há cinco anos, cheguei a trabalhar em uma clínica na Itália, onde aprendi várias novidades”, explica. Para ela, poder proporcionar relaxamento a outra pessoa é motivo de realização profissional. “Recebo pessoas cansadas, estressadas e reclamando dores no corpo. Quando consigo dar a elas algum alívio, é muito gratificante.”

No Hotel Ouro Minas há 17 anos, a massagista já atendeu vários artistas, mas para ela a experiência da semana passada tem um gostinho especial. Fã da música Twist and shout, sucesso do quarteto de Liverpool, do qual McCartney fez parte, Regina se sentiu lisonjeada por poder atender o ícone do rock. Depois da experiência, ela fez questão de contar para a família. “Tenho um sobrinho que curte as músicas do Paul e ele achou o máximo”, conta. Para ela, foi uma experiência para ficar entre as melhores lembranças. “Paul era o famoso, mas ele foi tão gentil que senti que naquele momento a estrela fui eu”, diz.

Fonte: http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/musica/2013/05/08/noticia_musica,142140/massagista-que-atendeu-paul-mccartney-no-hotel-em-que-estava-hospedado-em-bh-confessa-que-temeu-nao-agrada-lo.shtml

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