Matéria postada originalmente em 2012
No dia 17 de junho de 1967, a revista Life Magazine faz uma entrevista com Paul McCartney na qual ele revela já ter experimentado ácido lisérgico. Então, a imprensa britânica pressionou-o a fazer uma declaração sobre o assunto. Paul deu uma entrevista ao noticiário das 21h da Independent Television News que seria exibido naquela mesma noite.Repórter: Quantas vezes você já tomou LSD?
Paul: "Humm, quatro vezes".
Repórter: E onde você conseguiu a droga?
Paul: Bem, se fosse para dizer onde eu a consegui, você sabe... isso é ilegal, então seria tolice minha responder a essa pergunta, então prefiro não dizer nada.
Repórter: Você não acha que isso é um assunto que você deveria ter mantido em segredo?
Paul: Bem, o que aconteceu foi o seguinte: um repórter me perguntou sobre isso, e eu tive de escolher entre mentir ou falar a verdade. Eu decidi contar a verdade, mas na realidade não queria ter dito nada, porque, se eu tivesse tido a chance de fazer as coisas do meu jeito, não teria dito nada a ninguém. Não era minha intenção que isso se espalhasse, mas o repórter é o representante da mídia. Eu manteria isso em segredo caso ele também o fizesse. Porém, ele quis que o fato viesse à tona, portanto é responsabilidade dele e não minha.
Repórter: Mas você é uma figura pública e foi você que trouxe isso à baila. Você deveria saber que isso sairia nos jornais.
Paul: Sim, mas eu só falei a verdade. Não entendo por que as pessoas estão tão aborrecidas.
Repórter: Você acha que está incentivando seus fãs a usar drogas?
Paul: Eu não acho que isso fará nenhuma diferença. Meus fãs não irão usar drogas somente porque eu o fiz, mas de qualquer forma essa não é a questão. Perguntaram se eu já tinha ou não usado drogas e, a partir daí, as consequências como, por exemplo, quantas pessoas serão estimuladas a usá-las, é responsabilidade dos jornais, sua e da televisão. O que quero dizer é que nesse momento você está espalhando isso porque esta entrevista está sendo levada a todos os lares do Reino Unido e eu preferiria que não fosse. Contudo, você está me fazendo uma pergunta e eu quero ser honesto e o serei.
Repórter: Como uma figura pública, você tem a responsabilidade de não dizer qualquer...
Paul: Não, você tem a responsabilidade. Você é o responsável por divulgar ou não o que está sendo dito. Eu posso manter isso em segredo se você também o fizer. Se você calar a boca, eu também calarei!
Além de estarem completando 50 anos de sucesso, Os Beatles também são velhos conhecidos pela sua relação com as drogas. A famosa entrevista de Paul McCartney, durante as gravações do Sgt. Peppers, na qual afirma que usava substâncias como LSD causou revolta nas autoridades da época que alegavam, que Paul estava incentivando os jovens a utilizar produtos químicos ilegais, e também causou a ira de John Lennon e, em menor escala de Harrison que já consumiam o ácido há tempos. Ironicamente, ou não, os Beatles são reverenciados até hoje por sua era de “mentes abertas”. Para grande parte da crítica, os álbuns produzidos na época “psicodélica” dos Beatles são os mais revolucionários da música até hoje e são, também, os que deram a eles o título de maior e mais importante banda de todos os tempos.
A ligação de Paul McCartney com a maconha também estaria para completar bodas de ouro, se há dois anos ele não tivesse anunciado que abandonou o uso da erva. Paul, junto com os outros Beatles, experimentaram a marijuana pela 1º vez, quando a erva lhes foi "apresentada" por Bob Dylan em 28 de agosto de 1964, no Hotel Delmonico, de Nova York. McCartney então tomou gosto pela coisa e chegou a ter problemas com a justiça por causa da cannabis sativa. Em 1972, ele foi preso na Suécia, justamente pela posse da droga. Em 1980, ele foi deportado do Japão após policiais encontrarem maconha em sua bagagem. Em 1984, ele foi detido em Barbados quando estava comprando a droga com sua primeira esposa, Linda McCartney.
O consumo de drogas de McCartney foi tema de manchetes mundiais quando ele foi preso por dez dias em 1980 no Japão, durante uma turnê pelo país, após terem encontrado 225 gramas de maconha em sua bagagem. O ex-beatle conta que estava em Nova York com "um fumo muito bom". "Estávamos prestes a ir para o Japão e eu não sabia se conseguiria fumar alguma coisa por lá. O negócio era bom demais para jogar na privada, então eu resolvi levar comigo". O velho Macca admitiu, no entanto, que esse episódio foi uma das coisas mais "burras que já fiz na vida".
De acordo com o cantor e compositor, as drogas ofereciam "informações" para muitas canções dos Beatles. Disse que Got To Get You Into My Life era sobre maconha, mas ninguém "sacou na época" e que Day Tripper era sobre ácido lisérgico. Acrescentou ser "bem óbvio" que Lucy in the Sky with Diamonds ia bem além do inocente desenho feito por Julian (filho de John) e que, de fato tratava do LSD sim e que outras faixas dos Beatles faziam "sutis alusões" às drogas. McCartney afirmou também ser "fácil superestimar" a influência das drogas na música dos Beatles. "Praticamente todo mundo estava usando alguma coisa. Conosco, não foi diferente. Mas nós dávamos importância demais às nossas composições para estragar tudo ficando loucos o tempo todo", afirmou.
Sobre o uso de outras drogas, em entrevista à revista britânica Uncut, McCartney disse que não sabia que havia provado heroína. "Não me dei conta de que havia usado. Me deram algo para fumar, e eu fumei. Mas não me afetou em nada", afirmou. Disse também ter usado cocaína "por cerca de um ano", mas acrescentou "nunca ter sido louco" pela droga e que teve sorte por não ter se tornado um consumidor regular de heroína. Afirmou ainda que os "altos e baixos" que sofria ao usar cocaína o induziram a parar de usar a droga.
Segundo o ex-beatle, o consumo de drogas pelos Beatles começou nos primeiros anos da banda, "quando havia várias pílulas em circulação". Contou que ele e John Lennon fumavam até chá, que colocavam dentro de um cachimbo, enquanto compunham as primeiras músicas dos Beatles.
Sobre o uso de maconha, o astro – hoje com 70 anos – revelou que largou a erva aos 69 anos. Segundo o músico, sua filha caçula Beatrice, de oito anos, o fez desenvolver “um grande senso de responsabilidade”. “Eu fumei bastante e agora já chega. Eu já fumei minha cota. Quando você tem uma pessoa para cuidar, em algum momento, se você tiver sorte, o senso de responsabilidade aflora. Basta! Você não acha que é necessário continuar”, disse ele. Aham...
Grande Paul
ResponderExcluirEsse "aham" no final do texto, hahah.
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