A entrevista deste mês é com a Hammerhead Blues, power trio com estilo psicodélico e digno de um grande rock setentista.
Foto: Laura Gallotti
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Quando e como vocês
começaram?
De onde veio o nome a banda?
Com pouco tempo de estrada, vocês participaram do “Rock na Cidade”, evento da
Rádio Rock, que ainda teve participação de grandes nomes, como Ira e Brothers
Of Brazil. Como chegaram ao festival e como foi tocar em um espaço como o
Hospital Matarazzo?
Nós dois (Otavio Cintra, baixista e vocalista e
Luiz Felipe Cardim, guitarrista) somos amigos de infância e tocamos
juntos há muitos anos. Conhecemos o Willian Paiva (baterista) na
estrada; ele com sua banda Leeds e nós com nossa antiga banda Electric
Age participamos do Aurora Rock Fest em 2013, acabamos tocando juntos
mais de uma noite e pudemos conhecer bem o trabalho um do outro.
Algum tempo depois, quando saímos da Electric Age, partimos em
busca de um som diferente e pensamos imediatamente no Will para fechar o
trio. Fizemos uma jam e percebemos que havia algo novo ali... Uma
criatividade que batia, algo realmente explosivo.
Quando estávamos procurando o nome, queríamos algo
direto que transmitisse a essência da banda. Uma das opções era LOW, que
são nossas iniciais. Acabamos ficando com Hammerhead Blues.
Sempre
curti muito tubarões, e ouvindo o resultado do EP, combinou muito
com o som! Aquele som de Cry Baby aberto mastigando as orelhas. E o
Blues é uma referencia as raízes do nosso estilo.
O show no Hospital Matarazzo foi maravilhoso. Tocamos a
convite da Rádio Rock e foi nosso primeiro como Hammerhead Blues
executando o EP na íntegra. Não havia clima melhor do que a atmosfera
tétrica e selvagem que aquele lugar proporciona para fazer
isso.
O primeiro EP foi
lançado neste ano, como foi a produção e gravação dele?
O processo de gravação do EP foi uma época incrível.
Pegávamos o trem até Santo André todos os dias as 6 da manhã e fazíamos
sessões bem livres, captando cada detalhe dos improvisos e tendo ideias
novas a cada take. O Willian, que foi também o produtor do
EP, deixou o som respirar e não sentimos pressão nenhuma. Como já
estávamos bem ensaiados, precisamos de poucas sessões pra concluir o
disco.
Vocês chegaram a
participar do show no Superloft, com Mattilha, Kiara Rocks e outras bandas
independentes de SP. Como foi participar daquele show?
Apesar do show ter apenas 10 músicas, todas elas são intensas, com solos
criativos de baixo, guitarra, no groove e na pegada ideal dos riffs, tudo isso
somado a um som que envolve o público que está assistindo.
Qual o maior trabalho para toda essa parte instrumental da banda, tanto do que irão tocar nos shows, como de saber qual é pegada ideal dos solos feitos por vocês?
Tocar no Superloft com tantas bandas sensacionais
do cenário de SP foi uma ótima experiência. O Superloft é um espaço
muito bom e foi algo surreal ver o cenário independente borbulhando
daquela forma numa casa daquelas, com as bandas quebrando tudo
em cima do palco e o público comparecendo em massa. Com certeza foi o
primeiro de muitos.
Qual o maior trabalho para toda essa parte instrumental da banda, tanto do que irão tocar nos shows, como de saber qual é pegada ideal dos solos feitos por vocês?
Em primeiro lugar, partimos do conceito de que cada
show é único, e não adianta nos forçarmos a reproduzir ideias que já
foram mastigadas em outros palcos, isso faria com que o som soasse
requentado. Na minha opinião a melhor performance instrumental é aquela
que flui com naturalidade, que flerta com a estrutura original da música
e tem a liberdade de respirar com a vibe da apresentação.
Em relação
aos solos, muitos surgiram de improviso na gravação, então o melhor
resultado ao vivo, nem sempre é a reprodução nota
por nota do que se ouve no disco, improvisamos bastante para que seja
espontâneo e não soe engessado.
Vocês participaram de
diversos shows e festivais ao longo desses dois primeiros anos de banda.
Conseguem citar quais foram os melhores shows e os mais importantes?
Qual recado gostaria de dar para quem lê o site, é fã da banda ou está conhecendo
agora?
É difícil dizer quais foram os melhores mas, além
do Rock na Cidade e do show no Superloft, alguns foram extremamente
marcantes.
Por exemplo, em março desse ano tivemos a oportunidade de abrir
para a Mars Red Sky, uma banda francesa de stoner rock, no Inferno Club.
Em outubro fizemos também uma noitada com Bombay Groovy e Ted Marengos
no Zé Presidente, foi excelente.
Já em novembro tocamos com uma banda incrível de Alagoas, a Necro,
na passagem deles por São Paulo e Santo André. Ainda mais recentemente,
fizemos três shows no Rio de Janeiro a convite dos nos parceiros da
Abraxas e conhecemos bandas e lugares incríveis
que nos marcaram muito. Tocamos no Coletivo Machina no Rio ao lado da
Psilocibina (RJ) e da My Magical Glowing Lens (ES) e, em Petrópolis, no
Festival Solstício do Som e no Gypsy Bar com a Blind Horse (RJ).
2015 foi um bom ano para nós e 2016 promete maravilhas!!
Vocês já tem planos para lançamento de um disco completo?
Nosso disco novo será gravado em 2016. Já escolhemos o
estúdio, e dessa vez gravaremos ao vivo para captar como os 3 membros
interagem juntos, algo que sempre tivemos muita vontade de fazer. O
material novo tem soado do caralho e mal podemos esperar pra
divulgar mais informações sobre o play.
Acho que o recado mais importante a ser dado é que
agora é um momento crucial para a cena de rock do Brasil... nunca vi
tanta coisa boa surgindo ao mesmo tempo, bandas incríveis com bons
músicos e boas ideias. O público está crescendo e comparecendo
cada vez mais nos eventos para prestigiar o trabalho insano que as
bandas têm feito. Que 2016 seja ainda mais incrível para o cenário!!
Agora em janeiro a maravilhosa banda americana
Radio Moscow vai passar por aqui e o pessoal da Abraxas chamou ótimas
bandas para tocar com eles. Nossa participação vai ser nos dias 22/1 (no
Inferno Club, SP) e 23/1 no 1º Hocus Pocus Festival,
que conta com vários nomes de peso.
Ouça o EP da estreia da Hammerhead Blues
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