Entrevista com Hammerhead Blues

A entrevista deste mês é com a Hammerhead Blues, power trio com estilo psicodélico e digno de um grande rock setentista.

Nesta exclusiva eles falaram sobre como começaram, a gravação do EP, grandes shows deste ano, apresentação no ROCK NA CIDADE, planos para 2016 e muito mais!!

Foto: Laura Gallotti

Quando e como vocês começaram?

Nós dois (Otavio Cintra, baixista e vocalista e Luiz Felipe Cardim, guitarrista) somos amigos de infância e tocamos juntos há muitos anos. Conhecemos o Willian Paiva (baterista) na estrada; ele com sua banda Leeds e nós com nossa antiga banda Electric Age participamos do Aurora Rock Fest em 2013, acabamos tocando juntos mais de uma noite e pudemos conhecer bem o trabalho um do outro.
Algum tempo depois, quando saímos da Electric Age, partimos em busca de um som diferente e pensamos imediatamente no Will para fechar o trio. Fizemos uma jam e percebemos que havia algo novo ali... Uma criatividade que batia, algo realmente explosivo.
De onde veio o nome a banda?

Quando estávamos procurando o nome, queríamos algo direto que transmitisse a essência da banda. Uma das opções era LOW, que são nossas iniciais. Acabamos ficando com Hammerhead Blues.
 
Sempre curti muito tubarões, e ouvindo o resultado do EP, combinou muito com o som! Aquele som de Cry Baby aberto mastigando as orelhas. E o Blues é uma referencia as raízes do nosso estilo. 

Com pouco tempo de estrada, vocês participaram do “Rock na Cidade”, evento da Rádio Rock, que ainda teve participação de grandes nomes, como Ira e Brothers Of Brazil. Como chegaram ao festival e como foi tocar em um espaço como o Hospital Matarazzo?

O show no Hospital Matarazzo foi maravilhoso. Tocamos a convite da Rádio Rock e foi nosso primeiro como Hammerhead Blues executando o EP na íntegra. Não havia clima melhor do que a atmosfera tétrica e selvagem que aquele lugar proporciona para fazer isso. 

O primeiro EP foi lançado neste ano, como foi a produção e gravação dele?

O processo de gravação do EP foi uma época incrível. Pegávamos o trem até Santo André todos os dias as 6 da manhã e fazíamos sessões bem livres, captando cada detalhe dos improvisos e tendo ideias novas a cada take. O Willian, que foi também o produtor do EP, deixou o som respirar e não sentimos pressão nenhuma. Como já estávamos bem ensaiados, precisamos de poucas sessões pra concluir o disco.

  
Vocês chegaram a participar do show no Superloft, com Mattilha, Kiara Rocks e outras bandas independentes de SP. Como foi participar daquele show?

Tocar no Superloft com tantas bandas sensacionais do cenário de SP foi uma ótima experiência. O Superloft é um espaço muito bom e foi algo surreal ver o cenário independente borbulhando daquela forma numa casa daquelas, com as bandas quebrando tudo em cima do palco e o público comparecendo em massa. Com certeza foi o primeiro de muitos.

Apesar do show ter apenas 10 músicas, todas elas são intensas, com solos criativos de baixo, guitarra, no groove e na pegada ideal dos riffs, tudo isso somado a um som que envolve o público que está assistindo. 
Qual o maior trabalho para toda essa parte instrumental da banda, tanto do que irão tocar nos shows, como de saber qual é pegada ideal dos solos feitos por vocês?

Em primeiro lugar, partimos do conceito de que cada show é único, e não adianta nos forçarmos a reproduzir ideias que já foram mastigadas em outros palcos, isso faria com que o som soasse requentado. Na minha opinião a melhor performance instrumental é aquela que flui com naturalidade, que flerta com a estrutura original da música e tem a liberdade de respirar com a vibe da apresentação.
 
Em relação aos solos, muitos surgiram de improviso na gravação, então o melhor resultado ao vivo, nem sempre é a reprodução nota por nota do que se ouve no disco, improvisamos bastante para que seja espontâneo e não soe engessado.

Vocês participaram de diversos shows e festivais ao longo desses dois primeiros anos de banda. Conseguem citar quais foram os melhores shows e os mais importantes?

É difícil dizer quais foram os melhores mas, além do Rock na Cidade e do show no Superloft, alguns foram extremamente marcantes. 
Por exemplo, em março desse ano tivemos a oportunidade de abrir para a Mars Red Sky, uma banda francesa de stoner rock, no Inferno Club. Em outubro fizemos também uma noitada com Bombay Groovy e Ted Marengos no Zé Presidente, foi excelente.
Já em novembro tocamos com uma banda incrível de Alagoas, a Necro, na passagem deles por São Paulo e Santo André. Ainda mais recentemente, fizemos três shows no Rio de Janeiro a convite dos nos parceiros da Abraxas e conhecemos bandas e lugares incríveis que nos marcaram muito. Tocamos no Coletivo Machina no Rio ao lado da Psilocibina (RJ) e da My Magical Glowing Lens (ES) e, em Petrópolis, no Festival Solstício do Som e no Gypsy Bar com a Blind Horse (RJ).
2015 foi um bom ano para nós e 2016 promete maravilhas!!
Vocês já tem planos para lançamento de um disco completo?

Nosso disco novo será gravado em 2016. Já escolhemos o estúdio, e dessa vez gravaremos ao vivo para captar como os 3 membros interagem juntos, algo que sempre tivemos muita vontade de fazer. O material novo tem soado do caralho e mal podemos esperar pra divulgar mais informações sobre o play.

Qual recado gostaria de dar para quem lê o site, é fã da banda ou está conhecendo agora?

Acho que o recado mais importante a ser dado é que agora é um momento crucial para a cena de rock do Brasil... nunca vi tanta coisa boa surgindo ao mesmo tempo, bandas incríveis com bons músicos e boas ideias. O público está crescendo e comparecendo cada vez mais nos eventos para prestigiar o trabalho insano que as bandas têm feito. Que 2016 seja ainda mais incrível para o cenário!!

Agora em janeiro a maravilhosa banda americana Radio Moscow vai passar por aqui e o pessoal da Abraxas chamou ótimas bandas para tocar com eles. Nossa participação vai ser nos dias 22/1 (no Inferno Club, SP) e 23/1 no 1º Hocus Pocus Festival, que conta com vários nomes de peso.
 Ouça o EP da estreia da Hammerhead Blues

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