Entrevista com Vanguart

A entrevista deste começo de Outubro é com a primeira banda a participar da edição de 40 anos do Banana Progressyva, festival que está acontecendo no Superloft, espaço feito todo por contêineres  e que já trouxe bandas como Selvagens À Procura de Lei, O Terno e Vivendo do Ócio.

Formada por Hélio Flanders, Reginaldo Lincoln, David Dafré, Douglas Godoy, Luiz Lazzaroto e Fernanda Kostchak, a banda falou sobre como começaram, de onde surgiu a ideia para Beijinho no Ombro, plano para o futuro e muito mais em ENTREVISTA EXCLUSIVA!! 




Como que nasceu a Vanguart e onde veio o nome?


Helio Flanders: A banda começou com eu gravando algumas músicas em casa, com voz, violão e gaita, e o Reginaldo me ajudando a produzir. Fomos montando ela com as pessoas que iam aparecendo pelo caminho, quando vimos a Vanguar era uma banda, passou de um projeto experimental em casa e se tornou uma banda.

O nome veio do Andy Warhol, um dos ícones do Pop Art, quando descobri dele assisti muitos documentários e juntei duas palavras inspiradas nele (arte de vanguarda).

Qual a diferença dos discos caseiros e EP's para o disco de estreia da banda?


Helio Flanders: A gente é que no disco de estúdio a gente já era gente grande e antes éramos crianças, meio isso. Obviamente é muito tosco os discos caseiros, no bom e mal sentido.

Reginaldo: Sendo disco caseiro, EP ou disco de estúdio, todos tiveram sempre a intenção de valorizar a canção sempre. Mesmo quando estamos com banda e arranjos grandes, pensamos no 'isso aqui é o que a canção precisa só, não vamos dar mais do que a canção precisa'. Isso é algo que tem em comum nos discos, apesar da 'tosquice' e de algumas músicas fora de lugar, era tudo feito com a intenção de valorizar a canção sempre.

Qual a diferença entre as gravações do segundo e terceiro disco da banda?

Helio Flanders: O Boa Parte de Mim Vai Embora gravamos com todo mundo tocando ao mesmo tempo, sem metrônomo, e o Muito Mais Que o Amor foi com a gente tocando junto também, mas gravando bateria e baixo.

Reginaldo: E esse esquema do terceiro disco (Muito Mais que O Amor) é algo muito legal de se fazer dentro do estúdio, porque consegue captar mais a essência da música e tal e foi isso que usamos no disco, mas também tem momentos com ou sem metrônomo, é um disco que tem as duas coisas.


Clarinete, trompete, bandolim, xilofone, hammond e mellotron são alguns dos instrumentos presentes no disco. Como é o trabalho de saber que instrumento encaixa em que cada música, principalmente quando começaram e ter mais experimentos instrumentais?

Helio Flanders: A gente vai tentando na medida do possível, teve músicas que tentamos com várias formações, acho que cada vez mais vamos testando o 'ah, essa música o Reginaldo vai tocar bandolim, Lazza (tecladista) vai pegar o baixo e eu o teclado'.

Reginaldo: Mas até chegar nisso, várias vezes e outras formações, até perceber qual seria o jeito certo. Ficando buscando sempre isso, porque as vezes tem música que funciona do na formação clássica do Vanguart (baixo, bateria e guitarra), mas as vezes não funciona e aí nessa falamos 'ah, nessa mexeremos em tal coisa' não é algo de 'nossa, a gente ama trocar de instrumentos', mas sim pela canção precisar de outras coisas  e vamos atrás disso.

Vocês consideram o Muito Mais Que o Amor o disco mais experimental da banda, na questão da instrumentos?

Reginaldo: O que a gente realmente experimentou instrumentos novos foi o segundo disco, no terceiro disco usamos basicamente os mesmos instrumentos, acrescentando bandolim e lap steel, estamos sempre aumentando.


Vocês experimentam tocar algumas versões nos shows (assista no fim da matéria). De onde veio a ideia para fazer uma tão diferente de Beijinho no Ombro?

Helio Flanders: Eu tinha ouvido a música da Valeska e gostado muitíssimo. Eu, o Reinaldo e a Fernanda tínhamos ido fazer um programa de manhã e eu cheguei com essa música na cabeça. Já tinha tocado um pouco no piano, peguei o violão e falei 'galera, ouve essa versão aqui' e todo mundo falou 'caralho, vamos fazer'.

Reginaldo: O apresentador do programa tava com um cara de 'Não, não acredito que você vai falar que essa música é boa'.

Helio Flanders: Aí eu disse 'Quer ver? Quer ver que é boa? Reginaldo da´um lá menor aí!!' é começamos a tocar ao vivo, na rádio. Quando fomos ver, estava com cerca de 50 mil pessoas que ouviram em um dia e falamos 'Bom, acho que as pessoas gostaram' e nós também gostamos dela, de verdade.


Está cada vez mais disputado um show da Vanguart e os fãs anseiam por um novo trabalho de vocês.  Já estão com algum disco ou DVD engatilhado? 


Helio Flanders: Estamos começando a compor e vamos lançar um DVD neste ano, que  a gente gravou. Acho que pro meio do ano que vem deve estar lançando um disco novo.

Reginaldo: A gente não cansou do disco anterior ainda e isso aconteceu muito rápido. Dessa vez é um disco que o pessoal tá gostando de assistir repetidas vezes, assim como estamos gostando de fazer o show. Não sei até quando vai rolar isso, nunca sentimos isso e está sendo legal pra caramba, tem que aproveitar né. Vamos fazer DVD, show de lançamento dele e aí seguir. Sempre falamos que vamos lançar o disco ano que vem, m,as aí não lança, então é melhor não falar nada.



O destaque do disco é a música Meu Sol. De onde veio a ideia do clipe e como foi a produção dele?



Helio Flanders: O clipe foi dirigido pelo Ricardo Spencer, que pensou junto comigo em várias coisas e chegamos nesse piquenique louco, meio freak....

Reginaldo: Com alguns amigos, amigos importantes naquele momento, que tem uma ligação com os shows também. Nos show aparecem uns vídeos, e você vai ver que as pessoas que aparecem nesses vídeos são as mesmas que estão no clipe, tem toda essa junção de pessoas e uma energia muito boa.


Helio Flanders: Acho que o que mais gostamos até agora é isso de estar com os amigos e estar juntos. Se é uma canção de amor, quisemos retratar o amor de outra forma, não só entre casais, mas entre amigos também.




Onde buscam a inspiração para as composições, de modo geral?

Helio Flanders: Esse (Muito Mais que o Amor) foi um disco que um e o Reginaldo fizemos bem juntos, as leras, tudo... Acho que foi um momento que estávamos apaixonados por tudo, não só por pessoas, pela vida, vendo a vida de outro jeito é um registro desse momento.

Reginaldo: Querendo falar dessa vida né, a gente já tinha vivido esse momento outras vezes, mas não tínhamos falado dele, aí dessa vez decidirmos falar de algo inédito. Ferrou né, no próximo disco não vai ter o que falar.. Brincadeira.


 E qual a principal mudança que vocês sentiram como banda, do começo até agora?

Reginaldo: Tem uma menina na banda agora né, uma grande mudança. Estamos bem mais tranquilos, acho que pelo fato de ter conseguido ser a banda que somos hoje, viver disso é uma  coisa que a gente se sente grato e ao mesmo tempo sabemos o tanto que lutamos por isso. A gente se sente bem mais 'pé no chão', éramos totalmente avoados e não pensávamos muito nas coisas.

Helio Flanders: Acho que isso que o Reginaldo falou, de olharmos tudo que fizemos, ter esse público e esses discos, nos dá tranquilidade pra dizer 'ah, a gente é isso, pode ser mais, pode mudar'. Nunca fizemos e nem vamos fazer algo que nos deixe desconfortáveis e acho que enquanto pudermos continuar nisso de ser a gente mesmo, as coisas estarão bem.

Obrigado pela entrevista. Gostariam de deixar algum recado para os fãs da banda e leitores do Os Garotos de  Liverpool?


Reginaldo: Os Garotos de Liverpool...Maravilha!! Pô, obrigado a você, aos leitores, a galera que acompanha o site, obrigado a que nos acompanham, vão aos shows, compram os discos, ficamos muito felizes. Sem vocês não ia rolar, obrigado mesmo!!

Helio Flanders: E obrigado, por assim como nós, lutar para que os garotos (de Liverpool) nunca sejam esquecidos.

Assista ao Estúdio Showlivre de 2013:





Assista a versão de Beijinho no Ombro:


Assista a trechos dos shows no Banana Progressyva e leia resenha:


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