Selvagens À Procura De Lei e O Terno se apresentaram no Banana Progressyva 2015


No último Sábado do mês de Agosto, dois nomes do Lollapalooza 2014/2015 se apresentaram no palco do festival Banana Progressyva 2015.

Atração principal da noite, Selvagens à Procura de Lei começaram seu show por volta das 20h, com a música Massarrara, que já começa explodindo com duas guitarras, seguidas das batidas na bateria. Falando sobre desigualdade de classes, a letra tem trechos como "Seu filho está na serra e o meu na favela, seu filho faz direito e o meu faz a guerra". A música abre o disco de estreia da banda de Fortaleza.


Lançada na época das manifestações de 2013, o show seguiu com um dos maiores sucessos da banda, que cantava praticamente junto com o público o hit Brasileiro, que também rendeu um clipe, junto com uma letra que faz jus ao nome, fazendo crítica tanto ao mainstream e lembrando Cazuza, na música tem trechos como: "Música não pra cabeça, mas feita pro pé" e "Nossos heróis morrem por covardia". Outra que também foi cantada junto com o público foi Enquanto Eu Passar na Sua Rua, uma das últimas faixas do disco de estreia.

Com o disco Praieiro previsto para ser lançado neste ano, as primeira músicas dele a serem tocadas foram Sangue Bom e Dois de Fevereiro, que abre o disco.


Sr.Coronel é uma música que começa com um piano que segura o ritmo da primeira parte da música, lembrando de músicas como Love, de John Lennon e também pode ser vista como uma versão brasileira para Eleanor Rigby, escrita por Paul McCartney, nos Beatles.

Fora dos três discos de estúdio (contando com o Praieiro) a próxima música a ser tocada foi lançada há um pouco mais de um ano, somente como Single. Com o nome de Bem-Vindo ao Brasil, a letra crítica o "complexo de vira-lata" dos brasileiros e começa com a seguinte estrofe: “Seja muito bem-vindo ao Brasil / Espero que você tenha o perfil / Aqui estamos em guerra civil / Quem não tiver estômago, abandone o navio”.

Encaminhando para o final do show, o baterista também teve vez de se arriscar nos vocais, com um vocal impressionante que transforma em um soul digno de Tim Maia, até pela voz muito parecida do baterista. A música também é uma das que mostram a grande variedade musical dentro da própria banda.


O maior sucesso da banda, Mucambo Cafundó foi a música que abriu as portas para eles, e portanto é a mais conhecida também. Presente nos dois discos de estúdio, a música também leva o nome que são conhecidos os fãs da banda (Mucambada).

Com um começo que lembra a sonoridade do Arctic Monkeys, a música ainda conta na versão ao vivo com trecho de Geração Coca-Cola (Legião Urbana) e uma Jam session com solos de guitarra, baixo e alguns minutos instrumentais da banda toda, que finalizou seu show após 14 músicas.



No fim do show, Fernando Tibiriçá (O Rei da Noite Paulistana), idealizador do festival,  contava algumas histórias sobre a primeira edição do Banana Progressyva, algumas bandas que ele teve o orgulho de apresentar pela primeira vez (como Paralamas do Sucesso, Blitz e Barão Vermelho), a criação da gravadora Trinca, também sobre apresentar o que seria o primeiro show dos Rolling Stones no Brasil, além de diversas outras histórias, que ficam mais interessantes ao serem contadas por alguém que vivenciou tudo,  desde a criação do rock anos 50 com Little Richard, até o surgimento de novas bandas, presentes na edição de 40 anos do Banana Progressyva.


Formada por Tim Bernardes, Gabriel Basile e Guilherme d’Almeida, a banda paulistana O Terno foi a  segunda a se apresentar na noite que marca o 2º dia do festival.

Com um público menor do que no show dos Selvagens à Procura de Lei, só estava presente mesmo quem de fato curte o som da banda, que iniciou o show com O Cinza, a base de distorção nas guitarras no começo/coro da música e um pequeno solo depois da última estrofe, a música está presente no homônimo disco lançado ano passado.

Buscando cativar o público presente no local, foram tocadas algumas músicas feitas para dançar e pular (o que era feito pela parte do público que estava conhecendo a banda durante o show), como Bote Ao Contrário (música que abre o disco) e Quando Estamos Todos Dormindo (música com um ritmo circense, assim como várias outras dentro do show) ela cita Beatles e como foi criada a música mais regravada da história, como pode ser visto no trecho "Onde todos encontramos com um ser superior/ Que nos mostra melodias que não podemos compor/ E nos ilumina imagens que não podíamos ver/ Igual ao Paul McCartney quando fez Yesterday". 


Soando como uma envergonhada canção de  amor, Eu Vou Ter Saudades parecia ser uma música feita para casais dançarem juntinhos e coisas do tipo... De fato seria, se não fosse a quantidade de  alternância entre ritmos lentos e  acelerados. Outra que também varia muitos no estilos é Medo do Medo, mesclando entre um ritmo circenses (como já dito antes, presentes em outras músicas), psicodélicos, regados a riffs e até uma parte mais lenta.

Se por um lado, a voz não me agrada e faz prestar atenção no instrumental, o instrumental me agrada por toda sua variedade (mesmo que de uma forma bagunçada/irregular em algumas músicas) contendo arranjos psicodélicos, circenses, sessentistas, distorções, teclados, riffs e letras que mostram que apesar da qualidade vocal, a qualidade das letras de um disco feito totalmente por eles são muito boas.

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